Tal qual um jovem Glauber, cheio de dúvidas e uma certeza: mudar o mundo, subi a Serra Catarinense em busca do santo graal. E mesmo sabendo que para fazê-lo, só conto com a possibilidade da transformação da minha forma de estar no mundo, segui, cheio de esperança, por entre curvas e ventos.
Ao chegar em São Joaquim, o contato com os serranos não poderia ter sido mais doce. Encontrei um povo hospitaleiro e trabalhador, mergulhado num meio ainda cheio de vida, apesar da aparente lentidão dos dias. Sequiosos de mergulhar no século 21 e donos de uma riqueza natural e cultural para eles ainda invisível. Resumindo, vi-me na Desterro dos anos 70. Sentados sobre um pote de ouro, numa terra em que ainda se usa o escambo como meio essencial de sobrevivência.
E como lhes mostrar suas grandes virtudes, sem necessariamente corrompê-las? Como não me transformar no tal forasteiro residente, com ares de gafanhoto devorador de culturas, que hoje tanto me incomoda em minha terra natal, a tal Floripa?
Desenvolvimento sustentável? Palavrinhas tão faladas hoje quanto progresso anos atrás, me parecem ainda não conectadas com a sensibilidade necessária, para arriscar levar àquela gente a notícia de uma prosperidade possível.
Distribuição de renda? Numa cidade onde ainda se beija a mão dos latifundiários, chamando-os de padrinhos, quais coronéis do tão cantado sertão nordestino?
Naturalmente somente trabalhando a base via educação popular, cuidando para não ser confundido com o Salvador, mas portador da semente da boa nova: a cooperação.
Quem sabe numa ONG, talvez chamada Serra Viva, poderia acomodar as ações que englobariam as múltiplas iniciativas paridas do desejo daquele coletivo.
Mas tudo isso acabou sendo engolido pela música das aves, pelo céu incrivelmente azulado, pela comida tão prazerosamente compartilhada, pelas muitas histórias hilariantes e principalmente da sensação de estar vivo, coisa que hoje já não encontro com facilidade em minha moribunda capital.
Sem esquecer, naturalmente, o calor e sorrisos da mulher amada, também serrana, tão presente nos meus dias que já faz parte de tudo.
Ah, dias de paz em São Joaquim. Meu coração está pleno dos teus encantos.
Laurinha, Cris, Padre Blévio, Tia Dite, Tio Braza, Tio Pruda, Dona Mila, Peixe, Carlinhos, Stélio, Família Vieira, Família De Bem e tantos outros...
Salve Serráqueos. E obrigado por não me levarem ao seu líder.
Nilo Neto
Criciúma, 3 de novembro de 2004.
eleições 2004
Disse o profeta:
O que se passa com a alma dos ilhéus, que não nos alcança a chama do socialismo?
De matéria será feita, para que permaneçam ainda velhas lições de "primeiro eu", da desbotada elite burra que ainda molha a mão do Zé Povinho, para que fique pelas ruas com bandeiras, e o infeliz ainda vota nessa proposta, como se não fosse claro: depois de investir, esses caras vão lotear nossa ilha para quem pagar mais.
Em que meando psicosocial estará, escondida e míope, a esperança dessa gente?
Até quando veremos esse fosso que separa os ricos e pobres ficar cada vez mais abismal, com toda a desgraça pessoal e social que impele à violência, ao preconceito e à morte da felicidade?
Muitos minutos de silêncio por essa eleição de 2004.
E que os santos, anjos, orixás, gurus, terapeutas, pastores e outros salvadores de plantão, possam dar conta dessa massa triste que caminha na direção do nada.
Nilo Neto
O que se passa com a alma dos ilhéus, que não nos alcança a chama do socialismo?
De matéria será feita, para que permaneçam ainda velhas lições de "primeiro eu", da desbotada elite burra que ainda molha a mão do Zé Povinho, para que fique pelas ruas com bandeiras, e o infeliz ainda vota nessa proposta, como se não fosse claro: depois de investir, esses caras vão lotear nossa ilha para quem pagar mais.
Em que meando psicosocial estará, escondida e míope, a esperança dessa gente?
Até quando veremos esse fosso que separa os ricos e pobres ficar cada vez mais abismal, com toda a desgraça pessoal e social que impele à violência, ao preconceito e à morte da felicidade?
Muitos minutos de silêncio por essa eleição de 2004.
E que os santos, anjos, orixás, gurus, terapeutas, pastores e outros salvadores de plantão, possam dar conta dessa massa triste que caminha na direção do nada.
Nilo Neto
anarcocacola
Disse o profeta:
Diga não às drogas. Diga não à família. Diga não ao estado. Diga não à pátria.
E lute pelo direito de fugir da realidade apenas por prazer. Para andar pelas ruas sem destino. Pela estranheza legítima. Pelo pleno exercício do nada desejar. Não separar mais o sonho da realidade, a realidade do delírio, o certo do errado, a vida da não-vida.
Diga não às drogas. Diga não à família. Diga não ao estado. Diga não à pátria.
E lute pelo direito de fugir da realidade apenas por prazer. Para andar pelas ruas sem destino. Pela estranheza legítima. Pelo pleno exercício do nada desejar. Não separar mais o sonho da realidade, a realidade do delírio, o certo do errado, a vida da não-vida.
Disse o profeta:
Olhae bando de klingons
Nesse meu afã de ser estiloso, passeio pelos mais diversos jardins blogginianos, em busca da inspiração que o mundo real, faz muito, não me proporciona. Vou lendo uma coisica ali, vendo uma figurinha acolá (coisa que me agrada mais), mas não consigo mesmo emburrecer tanto a ponto de suportar apenas assitir TV, ir ao cinema no shopping, conversar com as amiguinhas e amiguinhos da classe mérdia, e continuo prestando o desserviço à comunidade global de pescar sandices virtuais porraí.
Tem um cara que eu admiro faz tempo. Mas também tenho uma raiva grande dele. No meio dessa confusão, sempre que conigo me concentrar e ler nessa porra de monitor, sem que me ardam os olhos, dou uma passada pelo blog do figura: http://fiambresgasperin.blogspot.com
Popular Tomate. Ao vivo é um transbordar de idéias e palavras. Voltou de sampa, de onde não se vê a rampa. Mas é daqui de Laguna, não tem!
Bom, o cara tem carradas de histórias pra contar.
Eu, como velho admirador do ranzinza, fico por aqui desejando que ele continue por perto. Pero no mucho, certo colega?
Olhae bando de klingons
Nesse meu afã de ser estiloso, passeio pelos mais diversos jardins blogginianos, em busca da inspiração que o mundo real, faz muito, não me proporciona. Vou lendo uma coisica ali, vendo uma figurinha acolá (coisa que me agrada mais), mas não consigo mesmo emburrecer tanto a ponto de suportar apenas assitir TV, ir ao cinema no shopping, conversar com as amiguinhas e amiguinhos da classe mérdia, e continuo prestando o desserviço à comunidade global de pescar sandices virtuais porraí.
Tem um cara que eu admiro faz tempo. Mas também tenho uma raiva grande dele. No meio dessa confusão, sempre que conigo me concentrar e ler nessa porra de monitor, sem que me ardam os olhos, dou uma passada pelo blog do figura: http://fiambresgasperin.blogspot.com
Popular Tomate. Ao vivo é um transbordar de idéias e palavras. Voltou de sampa, de onde não se vê a rampa. Mas é daqui de Laguna, não tem!
Bom, o cara tem carradas de histórias pra contar.
Eu, como velho admirador do ranzinza, fico por aqui desejando que ele continue por perto. Pero no mucho, certo colega?
Disse o profeta:
Tava caminhando, que navegar me dá enjôo, numa destas páginas do Orkut, onde as pessoas fazem seu pequeno perfil, falam um pouco de seus desejos e apresentam fotos. Daí tava nessa, caminha pra cá, olha outra coisa ali, mil nomes, rostos, grupos - tipo "odeio gente burra"- e dei de cara com uma moça, uma moça sorridente, falando que amava seus filhos, seu marido, seu cachorro, e tal, bonitinha ela, cabelo curto... resolvi olhar mais umas fotos que ela havia disponibilizado, quando bato com essa legenda sob uma delas: meu esposo e eu antes da leucemia.
Bom, fiquei meio chocado. Daí, abstraindo toda a dor que isso possa ter significado, a trajetória, a superação (espero), viajei nessa frase mais um pouco - se fosse o título de uma crônica, tipo a vida como ela é, do Nelsão Rodrigues, ou uma coisa mais maluca, do Bukowski.
Sei lá , sei lá onde dava tudo isso.
Tava caminhando, que navegar me dá enjôo, numa destas páginas do Orkut, onde as pessoas fazem seu pequeno perfil, falam um pouco de seus desejos e apresentam fotos. Daí tava nessa, caminha pra cá, olha outra coisa ali, mil nomes, rostos, grupos - tipo "odeio gente burra"- e dei de cara com uma moça, uma moça sorridente, falando que amava seus filhos, seu marido, seu cachorro, e tal, bonitinha ela, cabelo curto... resolvi olhar mais umas fotos que ela havia disponibilizado, quando bato com essa legenda sob uma delas: meu esposo e eu antes da leucemia.
Bom, fiquei meio chocado. Daí, abstraindo toda a dor que isso possa ter significado, a trajetória, a superação (espero), viajei nessa frase mais um pouco - se fosse o título de uma crônica, tipo a vida como ela é, do Nelsão Rodrigues, ou uma coisa mais maluca, do Bukowski.
Sei lá , sei lá onde dava tudo isso.
Disse o profeta:
O mundo é de quem não sente. A condição essencial para se ser um homem prático é a ausência de sensibilidade. A qualidade principal na prática da vida é aquela qualidade que conduz à acção, isto é, a vontade. Ora há duas coisas que estorvam a acção - a sensibilidade e o pensamento analítico, que não é, afinal, mais que o pensamento com sensibilidade. Toda acção é, por sua natureza, a projecção da personalidade sobre o mundo externo, e como o mundo externo é em grande parte e principal parte, composto por seres humanos, segue que essa projecção da personalidade é essencialmente atravessarmo-nos no caminho alheio, o estorvar, ferir e esmagar os outros, conforme nosso modo de agir.
Para agir é, pois, preciso que nos não figuremos com facilidade as personalidades alheias, as suas dores e alegrias. Quem simpatiza pára. O homem de acção considera o mundo externo como composto exclusivamente de matéria inerte – ou inerte em si mesma, como uma pedra sobre que passa o que lhe afasta do caminho; ou inerte como um ente humano que, porque não lhe pode resistir, tanto faz que fosse homem como pedra, pois como à pedra, ou se afastou ou passou por cima.
O exemplo máximo do homem prático, porque reúne a extrema concentração da acção com a sua extrema importância, é a do estratégico. Toda a vida é guerra, e a batalha é, pois, a síntese da vida. Ora o estratégico é um homem que joga com vidas como o jogador de xadrez com peças do jogo. Que seria do estratégico se pensasse que cada lance do seu jogo põe noite em mil lares e magoa em três mil corações? Que seria do mundo se fôssemos humanos? Se o homem sentisse deveras, não haveria civilização. A arte serve de fuga para a sensibilidade que a acção teve de esquecer. A arte é a Gata Borralheira, que ficou em casa porque tinha que ficar.
Todo o homem de acção é essencialmente animado e optimista porque quem não sente é feliz. Conhece-se um homem de acção por nunca estar mal disposto. Quem trabalha, embora esteja mal disposto, é um subsidiário da acção; pode ser na vida, na grande generalidade da vida, um guarda-livros, como eu sou na particularidade dela. O que não pode ser é um regente de coisas ou de homens. À regência pertence a insensensibilidade. Governa quem é alegre porque para ser triste é preciso sentir.
(...)
Como o patrão Vasques, são todos os homens de acção – chefes industriais e comerciais, políticos, homens de guerra, idealistas religiosos e sociais, grandes poetas e grandes artistas, mulheres formosas, crianças que fazem o que querem. Manda quem não sente. Vence quem pensa só o que precisa para vencer. O resto é a vaga humanidade geral, amorfa, sensível, imaginativa e frágil, é não mais que o pano de fundo contra o qual se destacam estas figuras de cena até que a peça de fantoches acabe, o fundo-chato de quadrados sobre o qual se ergue as peças de xadrez até que as guarde o Grande Jogador que, iludindo a reportagem com uma dupla personalidade, joga, entretendo-se sempre contra si mesmo.
Fernando Pessoa – livro do desassossego – trecho 303
O mundo é de quem não sente. A condição essencial para se ser um homem prático é a ausência de sensibilidade. A qualidade principal na prática da vida é aquela qualidade que conduz à acção, isto é, a vontade. Ora há duas coisas que estorvam a acção - a sensibilidade e o pensamento analítico, que não é, afinal, mais que o pensamento com sensibilidade. Toda acção é, por sua natureza, a projecção da personalidade sobre o mundo externo, e como o mundo externo é em grande parte e principal parte, composto por seres humanos, segue que essa projecção da personalidade é essencialmente atravessarmo-nos no caminho alheio, o estorvar, ferir e esmagar os outros, conforme nosso modo de agir.
Para agir é, pois, preciso que nos não figuremos com facilidade as personalidades alheias, as suas dores e alegrias. Quem simpatiza pára. O homem de acção considera o mundo externo como composto exclusivamente de matéria inerte – ou inerte em si mesma, como uma pedra sobre que passa o que lhe afasta do caminho; ou inerte como um ente humano que, porque não lhe pode resistir, tanto faz que fosse homem como pedra, pois como à pedra, ou se afastou ou passou por cima.
O exemplo máximo do homem prático, porque reúne a extrema concentração da acção com a sua extrema importância, é a do estratégico. Toda a vida é guerra, e a batalha é, pois, a síntese da vida. Ora o estratégico é um homem que joga com vidas como o jogador de xadrez com peças do jogo. Que seria do estratégico se pensasse que cada lance do seu jogo põe noite em mil lares e magoa em três mil corações? Que seria do mundo se fôssemos humanos? Se o homem sentisse deveras, não haveria civilização. A arte serve de fuga para a sensibilidade que a acção teve de esquecer. A arte é a Gata Borralheira, que ficou em casa porque tinha que ficar.
Todo o homem de acção é essencialmente animado e optimista porque quem não sente é feliz. Conhece-se um homem de acção por nunca estar mal disposto. Quem trabalha, embora esteja mal disposto, é um subsidiário da acção; pode ser na vida, na grande generalidade da vida, um guarda-livros, como eu sou na particularidade dela. O que não pode ser é um regente de coisas ou de homens. À regência pertence a insensensibilidade. Governa quem é alegre porque para ser triste é preciso sentir.
(...)
Como o patrão Vasques, são todos os homens de acção – chefes industriais e comerciais, políticos, homens de guerra, idealistas religiosos e sociais, grandes poetas e grandes artistas, mulheres formosas, crianças que fazem o que querem. Manda quem não sente. Vence quem pensa só o que precisa para vencer. O resto é a vaga humanidade geral, amorfa, sensível, imaginativa e frágil, é não mais que o pano de fundo contra o qual se destacam estas figuras de cena até que a peça de fantoches acabe, o fundo-chato de quadrados sobre o qual se ergue as peças de xadrez até que as guarde o Grande Jogador que, iludindo a reportagem com uma dupla personalidade, joga, entretendo-se sempre contra si mesmo.
Fernando Pessoa – livro do desassossego – trecho 303
Disse o profeta:
Se é pra falar, vou dizer.
Tem um povinho aqui na ilha, na lagoa,
que teve a manha de transferir o orgulho besta de ser classe média ou alta, num país arrebentado pelo fosso cada vez maior entre pobres e ricos,
para a espiritualidade.
Consideram-se alternativos.
Mas permanecem cada vez mais fiéis ao "status quo ante".
Meu nojo. Meu mais profundo nojo.
Não posso querer que aqui seja uma nova Índia.
Falta-me desapego.
E a esses pseudo espiritualizados, falta uma capacidade de se colocar no lugar dos outros.
Ser pobre só pode ser bom, quando todos tivermos o mínimo de comida, casa e educação, para todos.
Que me perdoem o materialismo histórico.
Não dá pra escolher entre o incenso e o pão.
Nilo Neto
Se é pra falar, vou dizer.
Tem um povinho aqui na ilha, na lagoa,
que teve a manha de transferir o orgulho besta de ser classe média ou alta, num país arrebentado pelo fosso cada vez maior entre pobres e ricos,
para a espiritualidade.
Consideram-se alternativos.
Mas permanecem cada vez mais fiéis ao "status quo ante".
Meu nojo. Meu mais profundo nojo.
Não posso querer que aqui seja uma nova Índia.
Falta-me desapego.
E a esses pseudo espiritualizados, falta uma capacidade de se colocar no lugar dos outros.
Ser pobre só pode ser bom, quando todos tivermos o mínimo de comida, casa e educação, para todos.
Que me perdoem o materialismo histórico.
Não dá pra escolher entre o incenso e o pão.
Nilo Neto
eu, ela e o ninho
Disse o profeta:
E porque já sou um animal quase completamente sifilizado, digo civilizado. Que ando à beira da gaiola, a olhar a comida e bebida, o ninho quente e feliz a me esperar lá dentro. É quando me dou conta de certas forças incríveis que constroem nosso mundinho.
Será que quando o macho humano se deu conta da relação direta entre o sexo e a maternidade, que a tal sociedade patriarcal se estabeleceu? Será que não se trata apenas de uma tentativa desesperada de obter ainda algum poder, mesmo que ilusório e desvairado, diante da inexpugnável força da mulher?
Para tanto, observemos o que pode um homem sozinho diante de uma mulher...
Quase nada, correto?
Mas de outra forma, se reunidos em: maçonarias, campos de futebol, fábricas e igrejas, não garantiriam para si um mínimo de liberdade e satisfação, longe dos olhares reprovadores e exigentes de mães, esposas, filhas, vizinhas, poderosas e inatingíveis?
O poder feminino se confirma para o mundo, uma vez que pai e mãe já o conhecem antes, no surgimento dos caracteres sexuais secundários, ou seja, pelos púbicos, seios e menarca.
Daí para diante, guardadas as proporções do meio em que vivem, tudo mais fica em segundo plano e a menina começa a entender, sem pensar, que possui o poder de vida e morte sobre os homens. Senão todos, pelo menos os que estiverem sob seu campo de influência. E esse poder aumentará na exata medida em que ela for mais sedutora, conforme os costumes de cada grupo, a ponto de poder lidar diretamente com os seus pares masculinos que gozarem de maior prestígio, poder e dinheiro.
Certo que aqui nem pretendo justificar os abusos do poder masculino, nestes milhares de anos em que se estabeleceu. Até porque basta olhar um pouco em volta para perceber que: as guerras, a fome, a miséria, a corrupção, o lucro, são todos filhos deste poder e de quem nele deposita sua confiança.
Ao contrário, resta em mim a curiosidade de pensar num mundo sem poder: de gênero (masculino e feminino), espécie (dinossauros, humanos ou baratas) e número (chineses ou norte-americanos).
Vamos daqui lentamente desconstruindo essas pequenas verdades, que parecem eternas de tão antigas e deixando no vento a pergunta, até que alguma semente nasça na terra nova, verde, onde antes estava o cimento e o tijolo.
Nilo Neto
Desterro
8 de junho de 2004
E porque já sou um animal quase completamente sifilizado, digo civilizado. Que ando à beira da gaiola, a olhar a comida e bebida, o ninho quente e feliz a me esperar lá dentro. É quando me dou conta de certas forças incríveis que constroem nosso mundinho.
Será que quando o macho humano se deu conta da relação direta entre o sexo e a maternidade, que a tal sociedade patriarcal se estabeleceu? Será que não se trata apenas de uma tentativa desesperada de obter ainda algum poder, mesmo que ilusório e desvairado, diante da inexpugnável força da mulher?
Para tanto, observemos o que pode um homem sozinho diante de uma mulher...
Quase nada, correto?
Mas de outra forma, se reunidos em: maçonarias, campos de futebol, fábricas e igrejas, não garantiriam para si um mínimo de liberdade e satisfação, longe dos olhares reprovadores e exigentes de mães, esposas, filhas, vizinhas, poderosas e inatingíveis?
O poder feminino se confirma para o mundo, uma vez que pai e mãe já o conhecem antes, no surgimento dos caracteres sexuais secundários, ou seja, pelos púbicos, seios e menarca.
Daí para diante, guardadas as proporções do meio em que vivem, tudo mais fica em segundo plano e a menina começa a entender, sem pensar, que possui o poder de vida e morte sobre os homens. Senão todos, pelo menos os que estiverem sob seu campo de influência. E esse poder aumentará na exata medida em que ela for mais sedutora, conforme os costumes de cada grupo, a ponto de poder lidar diretamente com os seus pares masculinos que gozarem de maior prestígio, poder e dinheiro.
Certo que aqui nem pretendo justificar os abusos do poder masculino, nestes milhares de anos em que se estabeleceu. Até porque basta olhar um pouco em volta para perceber que: as guerras, a fome, a miséria, a corrupção, o lucro, são todos filhos deste poder e de quem nele deposita sua confiança.
Ao contrário, resta em mim a curiosidade de pensar num mundo sem poder: de gênero (masculino e feminino), espécie (dinossauros, humanos ou baratas) e número (chineses ou norte-americanos).
Vamos daqui lentamente desconstruindo essas pequenas verdades, que parecem eternas de tão antigas e deixando no vento a pergunta, até que alguma semente nasça na terra nova, verde, onde antes estava o cimento e o tijolo.
Nilo Neto
Desterro
8 de junho de 2004
Os Repolho de lá, cos tainhoti daqui...
Duas ou seis palavras sobre a banda Repolho.
Esses caras são duca. 2 violão e um balde, dos irmãos panarotto, por acaso os mesmos repolhos, então, credo!!!
Então, dá uma ouvida no som deles aqui nesse no site:
http://www.tramavirtual.com.br
E falei outro dia com o DP, a.k.a. Demétrio Panarotto, que me parece ser a mente por trás do crime. O cara é de Chapecó e tudo e fala daquele jeito engraçado deles (como se nós aqui da ilha Floripa, fôssemos facílimos de compreender), mas manda uma idéia confirmada, manô! Certo, então é nóis na fita, ouvindo de novo o super sucesso da banda Repolho: Feio, deapé e sem dinheiro.
Ah, tem um blogger do RP. a.k.a., Roberto Panarotto:
http://agitocombalalauu.blogger.com.br/
E tem o fusca azul-calcinha, outro hit parade, mas aí só comprando os cds dos caras.
Deixa eu mandar um pedaço da letra do "2 violão", pra neguim não achar que eu tô zoando, certo?
Os produtor e os cagalhão (irmãos Panarotto)
Eu vou partir nem que seja pra dizer, voltei.
Eu voltarei nem que seja pra dizer, adeus.
Enquanto isso resolvi fazer uma canção,
Me indignei com essa merda de refrão.
Porque que música moderna tem que ter refrão?
Porque que música moderna tem que ter refrão?
Para agradar os produtor e os cagalhão.
Repolho: ouvindo, ou vendo, é sempre melhor que lendo, mas dá pra instigar...
Disse o profeta: vão ouvir coisa inteligente e engraçada, seus filhos da república!
Esses caras são duca. 2 violão e um balde, dos irmãos panarotto, por acaso os mesmos repolhos, então, credo!!!
Então, dá uma ouvida no som deles aqui nesse no site:
http://www.tramavirtual.com.br
E falei outro dia com o DP, a.k.a. Demétrio Panarotto, que me parece ser a mente por trás do crime. O cara é de Chapecó e tudo e fala daquele jeito engraçado deles (como se nós aqui da ilha Floripa, fôssemos facílimos de compreender), mas manda uma idéia confirmada, manô! Certo, então é nóis na fita, ouvindo de novo o super sucesso da banda Repolho: Feio, deapé e sem dinheiro.
Ah, tem um blogger do RP. a.k.a., Roberto Panarotto:
http://agitocombalalauu.blogger.com.br/
E tem o fusca azul-calcinha, outro hit parade, mas aí só comprando os cds dos caras.
Deixa eu mandar um pedaço da letra do "2 violão", pra neguim não achar que eu tô zoando, certo?
Os produtor e os cagalhão (irmãos Panarotto)
Eu vou partir nem que seja pra dizer, voltei.
Eu voltarei nem que seja pra dizer, adeus.
Enquanto isso resolvi fazer uma canção,
Me indignei com essa merda de refrão.
Porque que música moderna tem que ter refrão?
Porque que música moderna tem que ter refrão?
Para agradar os produtor e os cagalhão.
Repolho: ouvindo, ou vendo, é sempre melhor que lendo, mas dá pra instigar...
Disse o profeta: vão ouvir coisa inteligente e engraçada, seus filhos da república!
Finalmente bateu na minha porta o tal de orkut. E com todos os ingredientes para fazer os internáticos (de fanáticos, ok?)enlouquecerem de prazer.
Uma coisa meio misteriosa, você precisa ser convidado para participar, promessa de conhecer gente bonita e inteligente, um google por trás pra dar o devido respeito, quer dizer, uma espécie de maçonaria, sociedade dos carbonários, tfp, ordem de ram, sei lá mais o que...
E mesmo sabendo ser mais um instrumento de organização e distribuição de idéias neo morpheus liberais, cyber mac donalds, e coisinhas do tipo, confesso que estou curioso.
Até porque os grupos do yahoo já viraram velharia, com seus dois ou três anos de vida. Então aguarde uma representante da orkut/avon, bater na sua porta:
- Orkut calling!!!
E não adianta fazer um charminho, tipo Eduardo Mãos de Tesoura, que a próxima vítima vai ser você.
Uma coisa meio misteriosa, você precisa ser convidado para participar, promessa de conhecer gente bonita e inteligente, um google por trás pra dar o devido respeito, quer dizer, uma espécie de maçonaria, sociedade dos carbonários, tfp, ordem de ram, sei lá mais o que...
E mesmo sabendo ser mais um instrumento de organização e distribuição de idéias neo morpheus liberais, cyber mac donalds, e coisinhas do tipo, confesso que estou curioso.
Até porque os grupos do yahoo já viraram velharia, com seus dois ou três anos de vida. Então aguarde uma representante da orkut/avon, bater na sua porta:
- Orkut calling!!!
E não adianta fazer um charminho, tipo Eduardo Mãos de Tesoura, que a próxima vítima vai ser você.
Aparício Torelli
Disse o profeta:
Máximas do Barão de Itararé
De onde menos se espera, daí é que não sai nada.
Mais vale um galo no terreiro do que dois na testa.
Quem empresta, adeus...
Dizes-me com quem andas e eu te direi se vou contigo.
Pobre, quando mete a mão no bolso, só tira os cinco dedos.
Quando pobre come frango, um dos dois está doente.
Genro é um homem casado com uma mulher cuja mãe se mete em tudo.
Quem só fala dos grandes, pequeno fica.
Viúva rica, com um olho chora e com o outro se explica.
Depois do governo ge-gê, o Brasil terá um governo ga-gá. ( Ge-gê: apelido de Getulio Vargas. Ga-gá: referia-se às duas primeiras letras no sobrenome do novo presidente, Eurico Gaspar Dutra).
Um bom jornalista é um sujeito que esvazia totalmente a cabeça para o dono do jornal encher nababescamente a barriga.
Neurastenia é doença de gente rica. Pobre neurastênico é malcriado.
O voto deve ser rigorosamente secreto. Só assim , afinal, o eleitor não terá vergonha de votar no seu candidato.
Os juros são o perfume do capital.
Urçamento é uma conta que se faz para saveire como debemos aplicaire o dinheiro que já gastamos.
Negociata é todo bom negócio para o qual não fomos convidados.
O banco é uma instituição que empresta dinheiro à gente se a gente apresentar provas suficientes de que não precisa de dinheiro.
Cobra é um animal careca com ondulação permanente.
Tudo seria fácil se não fossem as dificuldades.
Sábio é o homem que chega a ter consciência da sua ignorância.
Há seguramente um prazer em ser louco que só os loucos conhecem.
É mais fácil sustentar dez filhos que um vício.
A esperança é o pão sem manteiga dos desgraçados.
Adolescência é a idade em que o garoto se recusa a acreditar que um dia ficará chato como o pai.
Senso de humor é o sentimento que faz você rir daquilo que o deixaria louco de raiva se acontecesse com você.
A televisão é a maior maravilha da ciência a serviço da imbecilidade humana.
Este mundo é redondo, mas está ficando muito chato.
Pão, quanto mais quente, mais fresco.
A forca é o mais desagradável dos instrumentos de corda.
Extraído de "Máximas e Mínimas do Barão de Itararé", Distribuidora Record de Serviços de Imprensa - Rio de Janeiro, 1985, págs. 27 e 28, coletânea organizada por Afonso Félix de Souza.
Máximas do Barão de Itararé
De onde menos se espera, daí é que não sai nada.
Mais vale um galo no terreiro do que dois na testa.
Quem empresta, adeus...
Dizes-me com quem andas e eu te direi se vou contigo.
Pobre, quando mete a mão no bolso, só tira os cinco dedos.
Quando pobre come frango, um dos dois está doente.
Genro é um homem casado com uma mulher cuja mãe se mete em tudo.
Quem só fala dos grandes, pequeno fica.
Viúva rica, com um olho chora e com o outro se explica.
Depois do governo ge-gê, o Brasil terá um governo ga-gá. ( Ge-gê: apelido de Getulio Vargas. Ga-gá: referia-se às duas primeiras letras no sobrenome do novo presidente, Eurico Gaspar Dutra).
Um bom jornalista é um sujeito que esvazia totalmente a cabeça para o dono do jornal encher nababescamente a barriga.
Neurastenia é doença de gente rica. Pobre neurastênico é malcriado.
O voto deve ser rigorosamente secreto. Só assim , afinal, o eleitor não terá vergonha de votar no seu candidato.
Os juros são o perfume do capital.
Urçamento é uma conta que se faz para saveire como debemos aplicaire o dinheiro que já gastamos.
Negociata é todo bom negócio para o qual não fomos convidados.
O banco é uma instituição que empresta dinheiro à gente se a gente apresentar provas suficientes de que não precisa de dinheiro.
Cobra é um animal careca com ondulação permanente.
Tudo seria fácil se não fossem as dificuldades.
Sábio é o homem que chega a ter consciência da sua ignorância.
Há seguramente um prazer em ser louco que só os loucos conhecem.
É mais fácil sustentar dez filhos que um vício.
A esperança é o pão sem manteiga dos desgraçados.
Adolescência é a idade em que o garoto se recusa a acreditar que um dia ficará chato como o pai.
Senso de humor é o sentimento que faz você rir daquilo que o deixaria louco de raiva se acontecesse com você.
A televisão é a maior maravilha da ciência a serviço da imbecilidade humana.
Este mundo é redondo, mas está ficando muito chato.
Pão, quanto mais quente, mais fresco.
A forca é o mais desagradável dos instrumentos de corda.
Extraído de "Máximas e Mínimas do Barão de Itararé", Distribuidora Record de Serviços de Imprensa - Rio de Janeiro, 1985, págs. 27 e 28, coletânea organizada por Afonso Félix de Souza.
Disse o profeta:
Trata-se do seguinte, meu senhor. Eu estou fodido mesmo. No meu tempo, o senhor entende, apesar dos 35 anos de idade, estou sofrendo de uma doença chamada melancolia precoce, mas como ia dizendo, no meu tempo fui educado pra achar vergonhoso pedir. Pedir: esmola, ajudinha, troco e o que fosse. Em último caso, pedir comida, se a coisa estivesse muito feia, podia. E todo mundo dava.
Agora o lema é outro: estou pedindo, não estou roubando. Vejam só. Uma espécie de redução de dano, na violência implítica da frase. Na verdade o malaco te diz, é: melhor me dar que senão eu vou acabar levando sua carteira. E assim vai.
Hoje fui comer minha maldita coxinha e minha meio quente coca-cola, num boteco por aqui e em menos de 10 minutos, levei duas bordejadas. Uma com direito a mulher doente de mentira e outra de menino acostumadinho a pedir desde novinho, querendo um rango na faixa. Acho que, por causa do feriado tinha menos otário na rua e sobrou pro gordo burro aqui.
Aí vem aquela culpa disfarçada de consciência política, falando que o país está uma merda, que não tem emprego, que falta escola e oportunidade. Acho que os dez milhões de empregos que o Lula prometeu, são só pros pedintes, mendigos e flanelinhas poderem diminuir a concorrência nas ruas.
Vai enchendo saco mesmo. Vai dando vontade de sair correndo.
Fui dizer umas coisas dessas pro dono do boteco e ele me conta da sua infância. Que de menino já vendia amendoim, que aos 14 anos foi expulso de casa pela madrasta...
E eu vi o cara com o comércio dele, com um filho ajudando, bem vestido, bem alimentado.
Daí lembrei do lance do tráfico e da prostituição. Pensei no salário mínimo. Contei minhas moedas de 10 no bolso que eu catei pela casa. Legal, vai dar. Paguei a conta e vim aqui desabafar.
Falta despertar desse pesadelo. Será que lá no outro hemisfério também é assim?
Quem sabe vou ser pedinte por lá. É isso, vou jogar no outro time. Cuidar de mercedes na Alemanha.
Trata-se do seguinte, meu senhor. Eu estou fodido mesmo. No meu tempo, o senhor entende, apesar dos 35 anos de idade, estou sofrendo de uma doença chamada melancolia precoce, mas como ia dizendo, no meu tempo fui educado pra achar vergonhoso pedir. Pedir: esmola, ajudinha, troco e o que fosse. Em último caso, pedir comida, se a coisa estivesse muito feia, podia. E todo mundo dava.
Agora o lema é outro: estou pedindo, não estou roubando. Vejam só. Uma espécie de redução de dano, na violência implítica da frase. Na verdade o malaco te diz, é: melhor me dar que senão eu vou acabar levando sua carteira. E assim vai.
Hoje fui comer minha maldita coxinha e minha meio quente coca-cola, num boteco por aqui e em menos de 10 minutos, levei duas bordejadas. Uma com direito a mulher doente de mentira e outra de menino acostumadinho a pedir desde novinho, querendo um rango na faixa. Acho que, por causa do feriado tinha menos otário na rua e sobrou pro gordo burro aqui.
Aí vem aquela culpa disfarçada de consciência política, falando que o país está uma merda, que não tem emprego, que falta escola e oportunidade. Acho que os dez milhões de empregos que o Lula prometeu, são só pros pedintes, mendigos e flanelinhas poderem diminuir a concorrência nas ruas.
Vai enchendo saco mesmo. Vai dando vontade de sair correndo.
Fui dizer umas coisas dessas pro dono do boteco e ele me conta da sua infância. Que de menino já vendia amendoim, que aos 14 anos foi expulso de casa pela madrasta...
E eu vi o cara com o comércio dele, com um filho ajudando, bem vestido, bem alimentado.
Daí lembrei do lance do tráfico e da prostituição. Pensei no salário mínimo. Contei minhas moedas de 10 no bolso que eu catei pela casa. Legal, vai dar. Paguei a conta e vim aqui desabafar.
Falta despertar desse pesadelo. Será que lá no outro hemisfério também é assim?
Quem sabe vou ser pedinte por lá. É isso, vou jogar no outro time. Cuidar de mercedes na Alemanha.
Disse o profeta:
Não põe corda no meu bloco
não vem com teu carro-chefe
não dá ordem ao pessoal
Não traz lema nem divisa
que a gente não precisa
que organizem nosso carnaval
Não sou candidato a nada
meu negócio é madrugada
mas meu coração não se conforma
O meu peito é do contra
e por isso mete bronca
neste samba plataforma
Por um bloco
que derrube esse coreto
Por passistas à vontade
que não dancem o minueto
Por um bloco
sem bandeira ou fingimento
que balance e bagunce
o desfile e o julgamento
Por um bloco
que aumente o movimento
que sacuda e arrebente
o cordão de isolamento
Não põe no meu...
João Bosco e Aldir Blanc
Não põe corda no meu bloco
não vem com teu carro-chefe
não dá ordem ao pessoal
Não traz lema nem divisa
que a gente não precisa
que organizem nosso carnaval
Não sou candidato a nada
meu negócio é madrugada
mas meu coração não se conforma
O meu peito é do contra
e por isso mete bronca
neste samba plataforma
Por um bloco
que derrube esse coreto
Por passistas à vontade
que não dancem o minueto
Por um bloco
sem bandeira ou fingimento
que balance e bagunce
o desfile e o julgamento
Por um bloco
que aumente o movimento
que sacuda e arrebente
o cordão de isolamento
Não põe no meu...
João Bosco e Aldir Blanc
Disse o profeta:
E tem mais esse figura aqui:
Porque eu devia pegar leve. Não tenho mais idade pra fazer diferente. É só um jeito de olhar com ternura pela janela quando a tempestade se anuncia. Mas quem disse que eu sou capaz de ficar na minha quando a temperatura sobe? Eu sempre aposto comigo e perco. Tem certas pessoas no mundo que não nasceram pra ficar mocozadas. Mas mesmo assim eu quero acreditar. E então insisto e ultrapasso a linha. Já não tenho pra onde voltar. Tem gente que tem um jardim. Ou um papagaio. Ou uma tartaruga. Eu só tenho o hálito frio de um fantasma que diz que não há com o que se preocupar. Então eu não espero que me convidem. Eu furo o bloqueio. Eu não tenho esqueletos no armário. Nem um jardim esperando por mim. Ou um papagaio. Ou uma tartaruga. Eu só tenho uma ansiedade filha da puta que faz com que a minha temperatura suba. E acreditem: nesse momento não levo nenhuma vantagem. I have to dream alone.
Mais do Bortolotto:
http://atirenodramaturgo.zip.net/
E tem mais esse figura aqui:
Porque eu devia pegar leve. Não tenho mais idade pra fazer diferente. É só um jeito de olhar com ternura pela janela quando a tempestade se anuncia. Mas quem disse que eu sou capaz de ficar na minha quando a temperatura sobe? Eu sempre aposto comigo e perco. Tem certas pessoas no mundo que não nasceram pra ficar mocozadas. Mas mesmo assim eu quero acreditar. E então insisto e ultrapasso a linha. Já não tenho pra onde voltar. Tem gente que tem um jardim. Ou um papagaio. Ou uma tartaruga. Eu só tenho o hálito frio de um fantasma que diz que não há com o que se preocupar. Então eu não espero que me convidem. Eu furo o bloqueio. Eu não tenho esqueletos no armário. Nem um jardim esperando por mim. Ou um papagaio. Ou uma tartaruga. Eu só tenho uma ansiedade filha da puta que faz com que a minha temperatura suba. E acreditem: nesse momento não levo nenhuma vantagem. I have to dream alone.
Mais do Bortolotto:
http://atirenodramaturgo.zip.net/
Disse o profeta:
Achei esse cara aqui na rede:
Sou um cara rústico que se comove com os fregueses phodidos como eu. Enxergo beleza num trapo. Sou um erro desovado em terra alheia. Phui um marmiteiro mastigando meu ovo phrito, meu biphe acebolado, meu feijão com osso atrás do balcão enquanto ratinhos deambulavam porentre prateleiras empenadas. Então o que escrevo são vísceras e não tem outro jeito. Hoje eu estou chorão pra caralho.
P.S.
Caso alguém tenha um subemprego aí prum cara especializado em porra nenhuma e mandar a passagem eu topo. Desde que não seja um trampo pesado demais, pois de peso estou pharto.
Interessante. Interessado?
http://www.hypperghettos.blogger.com.br
Achei esse cara aqui na rede:
Sou um cara rústico que se comove com os fregueses phodidos como eu. Enxergo beleza num trapo. Sou um erro desovado em terra alheia. Phui um marmiteiro mastigando meu ovo phrito, meu biphe acebolado, meu feijão com osso atrás do balcão enquanto ratinhos deambulavam porentre prateleiras empenadas. Então o que escrevo são vísceras e não tem outro jeito. Hoje eu estou chorão pra caralho.
P.S.
Caso alguém tenha um subemprego aí prum cara especializado em porra nenhuma e mandar a passagem eu topo. Desde que não seja um trampo pesado demais, pois de peso estou pharto.
Interessante. Interessado?
http://www.hypperghettos.blogger.com.br
Disse o profeta:
Eu nem sei bem porque detesto esse burburinho do cotidiano pela casa. A TV ligada no jornal do almoço, o barulho de metais que vem da cozinha em função, o telefone que toca perguntando porque a vida continua igual, os carros entrando e saindo da casa.
Mas aí da rua ao lado da janela, ouço a voz do nosso louco da vila, sugerindo ao ser imaginário de seu delírio, que vá com deus...
Quando fico sozinho, as únicas informações vêm da TV e da internet. Mesmo quando violentas, não assustam. Basta um clic e elas desaparecem. As pessoas, não.
A virtualidade me cai bem demais. Solidão iluminada, longe dessa idade das trevas:
Quando eu chego em casa nada me consola, você está sempre aflita.
Então essa galinha chamada vida, bota um ovo.
E eu corro pra escrever sobre tudo isso.
Eu nem sei bem porque detesto esse burburinho do cotidiano pela casa. A TV ligada no jornal do almoço, o barulho de metais que vem da cozinha em função, o telefone que toca perguntando porque a vida continua igual, os carros entrando e saindo da casa.
Mas aí da rua ao lado da janela, ouço a voz do nosso louco da vila, sugerindo ao ser imaginário de seu delírio, que vá com deus...
Quando fico sozinho, as únicas informações vêm da TV e da internet. Mesmo quando violentas, não assustam. Basta um clic e elas desaparecem. As pessoas, não.
A virtualidade me cai bem demais. Solidão iluminada, longe dessa idade das trevas:
Quando eu chego em casa nada me consola, você está sempre aflita.
Então essa galinha chamada vida, bota um ovo.
E eu corro pra escrever sobre tudo isso.
Disse o profeta:
CADA LUGAR NA SUA COISA
(SERGIO SAMPAIO)
UM LIVRO DE POESIA NA GAVETA
NÃO ADIANTA NADA
LUGAR DE POESIA É NA CALÇADA
LUGAR DE QUADRO É NA EXPOSIÇÃO
LUGAR DE MÚSICA É NO RÁDIO
ATOR SE VÊ NO PALCO E NA TELEVISÃO
O PEIXE É NO MAR
LUGAR DE SAMBA ENREDO É NO ASFALTO
LUGAR DE SAMBA ENREDO É NO ASFALTO
AONDE VAI O PÉ ARRASTA O SALTO
LUGAR DE SAMBA ENREDO É NO ASFALTO
AONDE A PÉ VAI SE GASTA SOLA
LUGAR DE SAMBA ENREDO É NA ESCOLA
CADA LUGAR NA SUA COISA
(SERGIO SAMPAIO)
UM LIVRO DE POESIA NA GAVETA
NÃO ADIANTA NADA
LUGAR DE POESIA É NA CALÇADA
LUGAR DE QUADRO É NA EXPOSIÇÃO
LUGAR DE MÚSICA É NO RÁDIO
ATOR SE VÊ NO PALCO E NA TELEVISÃO
O PEIXE É NO MAR
LUGAR DE SAMBA ENREDO É NO ASFALTO
LUGAR DE SAMBA ENREDO É NO ASFALTO
AONDE VAI O PÉ ARRASTA O SALTO
LUGAR DE SAMBA ENREDO É NO ASFALTO
AONDE A PÉ VAI SE GASTA SOLA
LUGAR DE SAMBA ENREDO É NA ESCOLA
Disse o profeta:
Quando o Carnaval Chegar
Chico Buarque
Quem me vê sempre parado, distante garante que eu não sei sambar
Tô me guardando pra quando o carnaval chegar
Eu tô só vendo, sabendo, sentindo, escutando, não posso falar
Tô me guardando pra quando o carnaval chegar
Eu vejo as pernas de louça da moça, que passa e não posso pegar
Tô me guardando pra quando o carnaval chegar
Há quanto tempo desejo seu beijo molhado de maracujá
Tô me guardando pra quando o carnaval chegar
E quem me ofende, humilhando, pisando, pensando que eu vou aturar
Tô me guardando pra quando o carnaval chegar
E quem me vê apanhando da vida duvida que eu vá revidar
Tô me guardando pra quando o carnaval chegar
Eu vejo a barra do dia surgindo pedindo pra gente cantar
Tô me guardando pra quando o carnaval chegar
Eu tenho tanta alegria adiada, abafada, quem dera gritar
Tô me guardando pra quando o carnaval chegar
Quando o Carnaval Chegar
Chico Buarque
Quem me vê sempre parado, distante garante que eu não sei sambar
Tô me guardando pra quando o carnaval chegar
Eu tô só vendo, sabendo, sentindo, escutando, não posso falar
Tô me guardando pra quando o carnaval chegar
Eu vejo as pernas de louça da moça, que passa e não posso pegar
Tô me guardando pra quando o carnaval chegar
Há quanto tempo desejo seu beijo molhado de maracujá
Tô me guardando pra quando o carnaval chegar
E quem me ofende, humilhando, pisando, pensando que eu vou aturar
Tô me guardando pra quando o carnaval chegar
E quem me vê apanhando da vida duvida que eu vá revidar
Tô me guardando pra quando o carnaval chegar
Eu vejo a barra do dia surgindo pedindo pra gente cantar
Tô me guardando pra quando o carnaval chegar
Eu tenho tanta alegria adiada, abafada, quem dera gritar
Tô me guardando pra quando o carnaval chegar
Disse o profeta:
Eu fiquei pensando, prá que que serve um guerreiro sem guerra?
Esse veneno, essa raiva toda acumulada, vai pra onde?
Eu lembrei do Apocalipse Now.
A infernal espera.
Mas sigo aqui. Firme na areia movediça. Dos seriados dos anos 60. Do túnel do tempo, da viagem ao fundo do mar, do batman e do perdidos no espaço.
Perigo, perigo.
Mas depois de provocar, eu mal aguento o contravento.
Fica quieto, coração de leão. Guarda esta espada, flash gordon.
Fica na tua, kafka, a barata.
Nilo Neto
Eu fiquei pensando, prá que que serve um guerreiro sem guerra?
Esse veneno, essa raiva toda acumulada, vai pra onde?
Eu lembrei do Apocalipse Now.
A infernal espera.
Mas sigo aqui. Firme na areia movediça. Dos seriados dos anos 60. Do túnel do tempo, da viagem ao fundo do mar, do batman e do perdidos no espaço.
Perigo, perigo.
Mas depois de provocar, eu mal aguento o contravento.
Fica quieto, coração de leão. Guarda esta espada, flash gordon.
Fica na tua, kafka, a barata.
Nilo Neto
Disse o profeta:
“Como pode, ó mártir, o bêbado dormir, ó heroína, sem babar, ó santíssima?”
Dalton Trevisan
A besta-fera gamada pela mais doce gatinha do bairro. Barba cerrada roçando a bochechinha de boneca chinesa:
- Ai benzinho, cê tá com um bafão de vinho!
- Não me incomoda. Vem cá dar um beijo.
Boca molhada, língua mole, olhos vermelhos. Sabe Deus quantos bares.
O Semi-humano emite grunhidos sem sentido, como se falasse o idioma das cavernas.
- Vem que hoje eu tô aceso.
- No café, no almoço, na janta, assim me mata.
- E não é amor?
- Sei não, parece pecado.
Mas já é tarde. Meio arrastada, meio assustada, ela sucumbe. A Besta-fera lambe os beiços e cai num sono profundo, roncando de acordar criancinha chorando.
- Assim dormindo ele parece tão inocente!
“Como pode, ó mártir, o bêbado dormir, ó heroína, sem babar, ó santíssima?”
Dalton Trevisan
A besta-fera gamada pela mais doce gatinha do bairro. Barba cerrada roçando a bochechinha de boneca chinesa:
- Ai benzinho, cê tá com um bafão de vinho!
- Não me incomoda. Vem cá dar um beijo.
Boca molhada, língua mole, olhos vermelhos. Sabe Deus quantos bares.
O Semi-humano emite grunhidos sem sentido, como se falasse o idioma das cavernas.
- Vem que hoje eu tô aceso.
- No café, no almoço, na janta, assim me mata.
- E não é amor?
- Sei não, parece pecado.
Mas já é tarde. Meio arrastada, meio assustada, ela sucumbe. A Besta-fera lambe os beiços e cai num sono profundo, roncando de acordar criancinha chorando.
- Assim dormindo ele parece tão inocente!
Disse o profeta:
Já andava precisando mesmo deste espaço virtual para vomitar sandices.
E convido aos infelizes adaptados normopatas e despirem-se dos últimos suspiros de verdades pré-fabricadas e
vomitarem aqui a rebarba da amargura que é viver
nessa sociedade essencialmente mentirosa e inoperante.
rerere
Já andava precisando mesmo deste espaço virtual para vomitar sandices.
E convido aos infelizes adaptados normopatas e despirem-se dos últimos suspiros de verdades pré-fabricadas e
vomitarem aqui a rebarba da amargura que é viver
nessa sociedade essencialmente mentirosa e inoperante.
rerere
Disse o profeta:
Ela estava escorada num carro bacana. E tinha um olhar impressionante. Não resisti. Perguntei:
- Você sabe o que é um ponto?
Ela fez que não era com ela.
Insisti:
- Você sabe o que é uma vírgula?
Ela me olhou como se a minha nave estivesse estacionada no mesmo posto de gasolina. Respondeu:
- Claro que sei o que é uma vírgula.
- Mas você sabe como usar ponto e vírgula?
O mundo virou um imenso shopping center. E eu sem vontade de comprar nada.
Eu sem desejos claros, sem fome nem sede de nada. Eu querendo olhar o mar. Eu querendo um vento.
Nem tudo está perdido, dizia o neon, pulsando em vermelho, na praça de alimentação.
O Blade Runner dentro de mim. Jogo eterno entre valores que desconheço. Comecei a procurar a tal nave. Tomei mais um gole, já meio quente, da cerveja.
Fui pra casa dormir em posição fetal. Até acordar ao som da mais nova moda...
Ela estava escorada num carro bacana. E tinha um olhar impressionante. Não resisti. Perguntei:
- Você sabe o que é um ponto?
Ela fez que não era com ela.
Insisti:
- Você sabe o que é uma vírgula?
Ela me olhou como se a minha nave estivesse estacionada no mesmo posto de gasolina. Respondeu:
- Claro que sei o que é uma vírgula.
- Mas você sabe como usar ponto e vírgula?
O mundo virou um imenso shopping center. E eu sem vontade de comprar nada.
Eu sem desejos claros, sem fome nem sede de nada. Eu querendo olhar o mar. Eu querendo um vento.
Nem tudo está perdido, dizia o neon, pulsando em vermelho, na praça de alimentação.
O Blade Runner dentro de mim. Jogo eterno entre valores que desconheço. Comecei a procurar a tal nave. Tomei mais um gole, já meio quente, da cerveja.
Fui pra casa dormir em posição fetal. Até acordar ao som da mais nova moda...
Disse o profeta:
Apesar de você
Chico Buarque
1970
Hoje você é quem manda
Falou, tá falado
Não tem discussão
A minha gente hoje anda
Falando de lado
E olhando pro chão, viu
Você que inventou de inventar
Toda a escuridão
Você que inventou o pecado
Esqueceu-se de inventar
O perdão
Apesar de você
Amanhã há de ser
Outro dia
Eu pergunto a você
Onde vai se esconder
Da enorme euforia
Como vai proibir
Quando o galo insistir
Em cantar
Água nova brotando
E a gente se amando
Sem parar
Quando chegar o momento
Esse meu sofrimento
Vou cobrar com juros, juro
Todo esse amor reprimido
Esse grito contido
Este samba no escuro
Você que inventou a tristeza
Ora, tenha fineza
De desinventar
Você vai pagar e é dobrado
Cada lágrima rolada
Nesse meu penar
Apesar de você
Amanhã há de ser
Outro dia
Desesperar Jamais(Ivan Lins)
Desesperar, jamais
Aprendemos muitos nesses anos
Afinal de contas não tem cabimento
Entregar o jogo no primeiro tempo
Nada de correr da raia
Nada de morrer na praia
Nada, nada, nada de esquecer
No balanço de perdas e danos
Já tivemos muitos desenganos
Já tivemos muito que chorar
Mas agora acho que chegou a hora de fazer
Valer o dito popular
Desesperar jamais
Cutucou por baixo
O de cima cai
Desesperar jamais
Cutucou com jeito
Não levanta mais
Eu Quero é Botar Meu Bloco na Rua
(Sérgio Sampaio)
Há quem diga que eu dormi de touca
Que eu perdi a boca, que eu fugi da briga
Que eu caí do galho e que não vi saída
Que eu morri de medo quando o pau quebrou
Há quem diga que eu não sei de nada
Que eu não sou de nada e não peço desculpas
Que eu não tenho culpa, mas que eu dei bobeira
E que Durango Kid quase me pegou
Eu, por mim, queria isso e aquilo
Um quilo mais daquilo, um grilo menos disso
É disso que eu preciso ou não é nada disso
Eu quero todo mundo nesse carnaval...
Eu quero é botar meu bloco na rua
Brincar, botar pra gemer
Eu quero é botar meu bloco na rua
Gingar, pra dar e vender
Apesar de você
Chico Buarque
1970
Hoje você é quem manda
Falou, tá falado
Não tem discussão
A minha gente hoje anda
Falando de lado
E olhando pro chão, viu
Você que inventou de inventar
Toda a escuridão
Você que inventou o pecado
Esqueceu-se de inventar
O perdão
Apesar de você
Amanhã há de ser
Outro dia
Eu pergunto a você
Onde vai se esconder
Da enorme euforia
Como vai proibir
Quando o galo insistir
Em cantar
Água nova brotando
E a gente se amando
Sem parar
Quando chegar o momento
Esse meu sofrimento
Vou cobrar com juros, juro
Todo esse amor reprimido
Esse grito contido
Este samba no escuro
Você que inventou a tristeza
Ora, tenha fineza
De desinventar
Você vai pagar e é dobrado
Cada lágrima rolada
Nesse meu penar
Apesar de você
Amanhã há de ser
Outro dia
Desesperar Jamais(Ivan Lins)
Desesperar, jamais
Aprendemos muitos nesses anos
Afinal de contas não tem cabimento
Entregar o jogo no primeiro tempo
Nada de correr da raia
Nada de morrer na praia
Nada, nada, nada de esquecer
No balanço de perdas e danos
Já tivemos muitos desenganos
Já tivemos muito que chorar
Mas agora acho que chegou a hora de fazer
Valer o dito popular
Desesperar jamais
Cutucou por baixo
O de cima cai
Desesperar jamais
Cutucou com jeito
Não levanta mais
Eu Quero é Botar Meu Bloco na Rua
(Sérgio Sampaio)
Há quem diga que eu dormi de touca
Que eu perdi a boca, que eu fugi da briga
Que eu caí do galho e que não vi saída
Que eu morri de medo quando o pau quebrou
Há quem diga que eu não sei de nada
Que eu não sou de nada e não peço desculpas
Que eu não tenho culpa, mas que eu dei bobeira
E que Durango Kid quase me pegou
Eu, por mim, queria isso e aquilo
Um quilo mais daquilo, um grilo menos disso
É disso que eu preciso ou não é nada disso
Eu quero todo mundo nesse carnaval...
Eu quero é botar meu bloco na rua
Brincar, botar pra gemer
Eu quero é botar meu bloco na rua
Gingar, pra dar e vender
Disse o profeta:
OFEREÇO MEUS SERVIÇOS E PRODUTOS
1. Estacionamento – hora 1,50, dia 5,00 e mês 50,00 – Rua major costa, 126 – centro - Florianópolis.
2. Sebo eletrônico – DVDs (R$ 15,00), CDs (R$ 10,00), Livros e Vinil (tudo original e bem conservado).
3. Fotografia digital – máquina canon S400, com 4 megapixels, projetos para empresas, festas, bebês, books – criação de álbum digital com música e efeitos.
4. Edição de áudio – fitas, gravações, locuções, criação de spots, mp3 e cds.
5. CDs por encomenda – possuo grande acervo de músicas. R$ 15,00 (com capa personalizada)
6. Tradução: inglês-português, português-inglês (15 reais a página A4, com intervalo duplo, fonte 12)
7. Aulas particulares de inglês: individual e pequenos grupos (15 reais por hora)
8. Aulas de Informática: individual , windows, word, internte explorer, corel draw (especializado para portadores de transtornos mentais) (20 reais a hora)
9. Birô de criação – redação publicitária, releases, discursos, marketing político (preços a combinar).
Nilo Neto
OFEREÇO MEUS SERVIÇOS E PRODUTOS
1. Estacionamento – hora 1,50, dia 5,00 e mês 50,00 – Rua major costa, 126 – centro - Florianópolis.
2. Sebo eletrônico – DVDs (R$ 15,00), CDs (R$ 10,00), Livros e Vinil (tudo original e bem conservado).
3. Fotografia digital – máquina canon S400, com 4 megapixels, projetos para empresas, festas, bebês, books – criação de álbum digital com música e efeitos.
4. Edição de áudio – fitas, gravações, locuções, criação de spots, mp3 e cds.
5. CDs por encomenda – possuo grande acervo de músicas. R$ 15,00 (com capa personalizada)
6. Tradução: inglês-português, português-inglês (15 reais a página A4, com intervalo duplo, fonte 12)
7. Aulas particulares de inglês: individual e pequenos grupos (15 reais por hora)
8. Aulas de Informática: individual , windows, word, internte explorer, corel draw (especializado para portadores de transtornos mentais) (20 reais a hora)
9. Birô de criação – redação publicitária, releases, discursos, marketing político (preços a combinar).
Nilo Neto
Roberto Freire
Não resta mais dúvida alguma para mim que a necessidade de poder absoluto corresponde sempre a uma impossibilidade de se viver os prazeres relativos da existência cotidiana. A perda do prazer espontâneo cria nas pessoas, por mecanismos psicopatológicos de compensação perversa, a necessidade compulsiva de poder. Todo tipo de pode: o físico, o psicológico, o afetivo, o sexual, o econômico, o político. A forma de prazer que ainda sobraria nessas pessoas seria o de natureza sadomasoquista e paranóica: necessidade da dor alheia ou própria para se alcançar o prazer, necessidade essa comandada pelo fato de se sentirem superiores, especiais, e que por isso devem estar em constante estado de defesa e ataque contra inimigos, usando para isso o máximo requinte de crueldade e extrema violência. Assim, o prazer-dor da dominação, de mandar, de se apropriar e de explorar, corresponde à dor-prazer de ser dominado, de ser mandado, de ser apropriado e de ser explorado. Verifica-se que o exercício desse tipo de poder substitui parcial e pervertidamente o prazer. Funciona em forma de cadeia nas formas sociais autoritárias, fazendo surgir o gosto também patológico de ser dominado pelos mais poderosos.
(...)
Para ilustrar essas idéias posso citar o que se passa na hierarquia militar dos quartéis.
(...)
Ao analisar dessa forma os perigos e inconveniências do poder para se sentir o tesão de viver, posso estar fazendo supor que a necessidade de poder não seja coisa natural na vida dos homens. Estou me referindo criticamente apenas à necessidade de poder que procura substituir a necessidade e o exercício de prazer. Porque há, na natureza política dos homens, outras razões e outros tesões que o levam a participar em lutas de poder nas quais tentam impedir a organização social que gere poderes autoritários patológicos e genocidas.
A única coerência da direita é chupar os ossos dos pobres e jogar as carcaças fora, para engordar suas lindas contas bancárias. E nisso são insuperáveis pais da miséria e da dor de muitos, inclusive do planeta.
À esquerda ainda resta um pingo claudicante de sonho. E em alguns lugares são chupadores de ossos tão ou mais terríveis que a direita.
E onde ficamos nós, os outros que vêem e decidem não usar o poder?
Nós somos os poetas, os loucos, os bêbados e as putas.
Somos sobreviventes e temos muito pouco a perder.
Liberdade para ser um marginal e nunca sentir o gosto dos ossos. A não ser dos nossos.
À esquerda ainda resta um pingo claudicante de sonho. E em alguns lugares são chupadores de ossos tão ou mais terríveis que a direita.
E onde ficamos nós, os outros que vêem e decidem não usar o poder?
Nós somos os poetas, os loucos, os bêbados e as putas.
Somos sobreviventes e temos muito pouco a perder.
Liberdade para ser um marginal e nunca sentir o gosto dos ossos. A não ser dos nossos.
Eita, Eita.
Vou mergulhando e vendo. Queria tirar a máscara, mas me afogo. Ando lendo, meio desligado, a biografia dos Mutantes, de um cara chamado Calado. Conversinha meio sensacionalmente chata, sobre mães e cascas de ferida da tia Rita Lee. Me irrita aqui (pausa para apontar o saco).
Essa internet é mesmo o bicho. E presses malucos todos que agora tenho acesso, aquele abraço. Terezinha, uhuh!
Só me aporrinha esse blogger, que não descubro jeito de colocar umas fotos.
Mas uma hora dessas me arrenego e parto pra outro host. Melhor seria, se fosse uma hostess, dessas da luz vermelha de Amsterdã. Dã Dã Dã.
Gente linda
Um beijo na caçarola.
Vou mergulhando e vendo. Queria tirar a máscara, mas me afogo. Ando lendo, meio desligado, a biografia dos Mutantes, de um cara chamado Calado. Conversinha meio sensacionalmente chata, sobre mães e cascas de ferida da tia Rita Lee. Me irrita aqui (pausa para apontar o saco).
Essa internet é mesmo o bicho. E presses malucos todos que agora tenho acesso, aquele abraço. Terezinha, uhuh!
Só me aporrinha esse blogger, que não descubro jeito de colocar umas fotos.
Mas uma hora dessas me arrenego e parto pra outro host. Melhor seria, se fosse uma hostess, dessas da luz vermelha de Amsterdã. Dã Dã Dã.
Gente linda
Um beijo na caçarola.
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