Disse o profeta:
Oi amada
Eu tive uma noite miserável ontem. Fiquei em casa, sozinho e bebendo a minha cerveja. Até aí, tudo certo. Digo, sábado é a noite mais óbvia da semana e normalmente só tem gente óbvia na rua. Como eu sou um vagabundo consumado, gosto mesmo de sair nos dias em que as pessoas sérias e honestas estão em suas casas, dormindo cedo pra produzir mais e melhor e alimentar o sistema, nosso lindo sistema que a todos proteje e enche de vida. Mas como eu tenho aí essa renda e faço uns bicos no computador e fico escrevendo alguma poesia barata e esperando que a minha morte seja rápida e venha daqui a algum tempo, fico em casa sábado a noite.
Mas como eu ia te falando, eu estava aqui em casa, tomando a minha 8ª ou 9ª lata, quando desandei num berreiro. Nem sei bem porque começou. Sei que não parava mais. E me deu até um pouco de medo. Daí fiquei pensando em ligar pra alguém pra falar e ouvir alguma besteira e desviar um pouco a atenção dessa dor, mas só tenho um amigo, por sinal lá da época de s. leo, que eu posso mesmo ligar a qualquer hora de qualquer dia. Mas o lazarento não estava ou não atendeu. Daí eu tomei mais umas e acabei dormindo. Será que essa dor não vai acabar nunca, é? Vai ver, como tu dizes, que o amor é um tipo de doença, de obsessão, sei lá. Uma saudade sem cura, essa. Caramba... Hoje de certo que pode acontecer de novo. Já acordei com vontade de chorar. Fico aqui quieto, assistindo qualquer merda na TV e esperando que esse urubu, essa vontade de desparecer, desapareça. Desaparece?
Te cuida. Que bom que tu estás aí. Gosto de ti.
Nilo Neto
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