Disse o profeta:

daniel boca de leão não gosta de dormir

daniel gosta de escrever e fazer filme

mora em minas e detesta coisas óbvias demais

se bem que uma borboleta de vez em quando tem seu lugar ao sol...
Disse o profeta:

eu tenho essa amiga, que reconhece em mim um certo valor criativo e porque não, literário. mas quando se trata de escrever, bom mesmo é esticar as pernas e dar asas à imaginação. não, ela já queria me ditar alguns cânones pra poder ficar mais "vendável". diz que eu sou agressivo, que pareço com o jabor. ora, imenso elogio implicado na crítica, uma vez que eu adoro o cara. então eu venho aqui pro meu blogzinho que ninguém lê e choro minhas pitangas em paz.
haverá quem queira publicar essas minhas palavras? sei lá. não deveria ser essa alma voltada pros consumidores, o moto perpétuo desse pseudo escritor, mas meus meandros nessa passagem pelo mundo. aí sim.

como aquela criança que brinca com seus carrinhos do outro lado da rua. não deve ter mais de três anos. uma coisa é falar pensando nele, outra seria escrever tentando ser ele. ele que nem sabe direito dizer o nome das coisas, como chamará seus carrinhos? se é que chama de alguma coisa. aí passa a vizinha e diz pra ele que o objeto em suas mãos é amarelo, como também sua blusinha. e assim vai impondo esse conjunto de normas que chamamos de língua. e o piá, sem saber, vai sendo aculturado.

então, voltando ao tema, se um dia eu me pusesse a escrever uma coluna em algum blog famoso ou jornal, que tema escolheria, que maneira usaria pra referir o assunto: docemente, raivosamente ou displicentemente? quem saberá?
segue a barca rumo ao desconhecido. e um abraço pro gaiteiro.
Disse o profeta:

foi justamente na entrada que ele percebeu que seus pés já não tocavam o chão. e a sensação do vazio, sempre presente, passou a ser uma bela companhia. não que ele esperasse demais daquele sonho bom, mas a viagem estava abrindo precedentes perigosos na sua mente, já tão alterada pelos anos contínuos de ingestão de drogas farmacêuticas, além das vendidas pelas ruas da cidade.
agora que seu equipamento de pouso estava sem qualquer uso evidente, ele desativou o último sinal de perigo que piscava incessante no equipamento de mão e de mãos dadas com o infinito presente, mergulhou sua falta de fé no último sorriso da musa.
a nave partiu desvairada. o horizonte depunha a favor de suas ambições de paz: era um por do sol, era uma manhã na floresta, era um sorriso do gato de alice.
- obrigado pelo despertar seguro em dia tão banal, - ele ainda conseguiu escrever sua última mensagem de texto, com as mãos trêmulas de prazer. e foi lentamente engolido pelo inconsciente coletivo que passava.
Disse o profeta:

Ela me perguntou em que lugar o amor e a liberdade se

encontram e sugeriu: no silêncio, na impossibilidade de

fechamento, na fronteira, no limite? Afinal, dá pra voar

com o coração transbordando ou voar requer o vazio?


Agora eu fiquei pensando nesse campo das

impossibilidades, numa certa cultura do fracasso,

lembrada aqui pelo f. pessoa:


Serei sempre o que não nasceu para isso;
Serei sempre só o que tinha qualidades;
Serei sempre o que esperou que lhe abrissem a porta ao pé de uma parede sem porta,
E cantou a cantiga do Infinito numa capoeira,
E ouviu a voz de Deus num poço tapado.
Crer em mim? Não, nem em nada.

É nesse momento em que estou pela milionésima vez em plena encruzilhada, vindo de caminho cheio de sonhos não realizados, amores não vividos, que paro pra tentar pelo menos aliviar a carga de estar sempre à beira desse dia de felicidade.

Então chega outro amigo e diz: a felicidade é o caminho, não o destino.

Temos aí uma saída, mas decerto fica sempre um gosto amargo na última mordida.


Disse o profeta:
e ela disse adeus
e lá se foi mais uma noite pelo ralo...
Disse o profeta:

c eh demais eu amo vc vc eh uma bênção n aminha vida
vc cintila
mesmo
que tá faltando aqui nessa receita, meu deus
ambos sonham o mesmo amor
tah faltando nada eu te amo muito eh perfeito amor de amigo, irmão e eu ficaria triste se vc levasse na coisa do amigo q soh ouve, tal. acho tão bom e lindo meu amor por vc
d amigo mt forte
eu precisava de dose mais forte hoje, doce amiga
são muitos segredos que carregar nessa minha alma vã
pôxa, pra mim tava no ponto eu acho tão rico, tão rico uma coisa assim uma coisa q sinto por vc
hoje era dia de derramar a água do pote
sem pudor, mas cada um no seu quadrado
não podes me dar o que não é meu
flor da noite
hoje vai bem a intensidade dos furacões
senão, não
Disse o profeta:

a figura corcoveia pela sala em seus lindos andrajos azuis e rápida como uma brisa de verão alpercatas de aço pelos pés
vai deixando seu rasto de luz pelo ambiente almiscarado
de repente a solidão não estava mais ali, mas permancia com seus olhos cheios do vento, não nos abandona nem dá mais um pio
como? como? como? ela parece suspirar, sua visão nos alcança a baça água
mas já não nos pode inundar
vai pelo azul, visão tão triste
busca outra casa pra pousar tua asa negra
é desse jeito que te abandono e então dizes:
vc eh uma coisa cintilante no mar luz da lua s sacanagem sem pieguice
e pisco cem vezes meus olhos sem enteder, então repetes em outra língua doce
Disse o profeta:

eu sou, confesso, o que eles chamam de chorão de filme. hoje a bola da vez foi o tal escritores da liberdade. e pra que serve tanto choro se nada muda? se o mundo continua insuportavelmente real?
Disse o profeta:

alguns dias sem passar por aqui. dias da séria série Recebe o afeto que se encerra. Em nosso peito juvenil...
agora vivo de novo e de novo mergulhado nesse novo milênio com celular, lepitópi no busão... verdão... nordailha...
serão sempre dias mais e mais quentes, nessas gripe arrasa quarteirão...
registros de uma mente insana num corpo insano...
segue essa cara de blog cotidiano.
quem serei na bola dessa vez?
sigo nessa auto profecia nema tão celestina assim.
ah ipanema com qualidade no som...
http://www2.uol.com.br/ipanema/novo/player.shtml

vem comigo garota, sou mais um leitor/ouvinte para sintonizar esse grande barato que é viver.
Disse o profeta:

então é isso. eu fico muito puto se não me sobra uma graninha no fim do dia nem pra um gole ou uma baforada. e me enrolo todo nessa nhenha de como ganhar dinheiro sem ter um emprego tradicional. daí vejo uns caras dizendo que estão conseguindo fazer isso através dos blogs. que é uma ferramenta poderosa tititi, tatata. daí vem aquela minha amiga blogueira e me dá uma dica, diz que é preferível ter um blog só e atualizar constantemente, ao invés de uns 2 ou 15, como eu ando fazendo. e mais uma vez vem essa questão do mercado, da arte e mais a pqp.
primeiro que eu não curto novela faz tempo. então não vou entrar aqui no calcanhar pra contar pra vocês que anteontem eu fui na praia e tava chovendo e eu observei uma quantidade estranha de surfistas pela rua, e cheguei lá na beira do mar e tava muito lindo, com umas ondas enormes e semi deserta a areia, como eu gosto, e tinha também (finalmente) uma mulherada pegando onda junto, como era raro isso no meu tempo e cosa e tal e cosa.
não é a minha, saca?
mas se não escrever enferruja. as idéias param mesmo de fluir.
então é isso, amiguinhos. meu blog não tem feed (que eu nem sei direito o que significa e como se usa), não fico fazendo atualizações por email, não ganho porra nenhuma escrevendo aqui, e continuo ficando puto quando chega o fim do dia e não posso tomar meu gole em paz.
bora caminhar que a fila anda.