Disse o profeta:

Ela me perguntou em que lugar o amor e a liberdade se

encontram e sugeriu: no silêncio, na impossibilidade de

fechamento, na fronteira, no limite? Afinal, dá pra voar

com o coração transbordando ou voar requer o vazio?


Agora eu fiquei pensando nesse campo das

impossibilidades, numa certa cultura do fracasso,

lembrada aqui pelo f. pessoa:


Serei sempre o que não nasceu para isso;
Serei sempre só o que tinha qualidades;
Serei sempre o que esperou que lhe abrissem a porta ao pé de uma parede sem porta,
E cantou a cantiga do Infinito numa capoeira,
E ouviu a voz de Deus num poço tapado.
Crer em mim? Não, nem em nada.

É nesse momento em que estou pela milionésima vez em plena encruzilhada, vindo de caminho cheio de sonhos não realizados, amores não vividos, que paro pra tentar pelo menos aliviar a carga de estar sempre à beira desse dia de felicidade.

Então chega outro amigo e diz: a felicidade é o caminho, não o destino.

Temos aí uma saída, mas decerto fica sempre um gosto amargo na última mordida.


2 comentários:

Cristine disse...

Meu querido amigo,

E o que fazer com esse gosto amargo? O amor tem dessas coisas? Ás vezes voar sozinho nos deixa mais próximos do céu... O que é a solidão?

Bjs

Cristine

Gabriela Galvão disse...

Ai, soh qd como mt doce!