Disse o profeta:

o que aconteceu com o mundo? quem sou você? eu realmente perdi o fio da meada. eu, eu, eu, sempre eu, tudo eu. quero sumir. só isso. quero esquecer do que aconteceu. principalmente esquecer do cheiro da nuca. meu deus, essa liberdade de dizer qualquer coisa. escrever qualquer coisa. quem mandou ser poeta, rapaz.

esquecer, valdemarzinho, esquecer.
ontem tu te sentisses o próprio chico. é, o buarque.
hoje tu voltasses a ser o faxineiro do prédio da empregada doméstica de uma ex-namorada de um vizinho dele.
hoje o cachorro chutou o bêbado.
agora cai na real, seu idiota. esse tempo todo, ela que estava te guiando.

a mais louca de todos os loucos.

Um comentário:

Tatiana Russo de Campos - Escritora disse...

Você foi gentil demais com a mais louca de todos os loucos. Pensei que na narrativa, que continua boa, como as anteriores, haveria uma explicação de porque uma personagem ser a mais louca de todos os loucos.
Valdemarzinho, Valdemarzinho... guiado por uma louca?