Disse o profeta:

Que guerra é essa em que fomos nos meter, companheiro, que estamos todos meio surdos e cegos. Que não sabemos mais o que um dia nos uniu. Que inimigo poderoso é esse que transtorna nossos pensamentos, sem que jamais percebamos qualquer movimento seu? Que a simplicidade que nos fazia saborear a doce fraternidade, a solidariedade e a cooperação, hoje está reduzida a alguns gritos, a bocas tortas, deformadas pelo ódio.
Eu sou um que não entende tanta dor. Eu sou um que sente saudades do futuro que sonhamos juntos. Nossos adversários sempre souberam das nossas fraquezas. Porque combatemos o bom combate, de peito aberto. Mas agora não mais, camarada. Não mais.
Agora vamos recolher os trapos velhos que nos restaram. A pouca memória que ainda sussura em nossos cérebros. E vamos voltar pras árvores, pras cavernas. Vamos ser novamente o vento. E nada mais.

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