Disse o profeta:
querido diário
tomei um taquaraço no meio dos cornos. tomei mais um nas pernas. caí. olhei pro céu, não tinha céu. fiquei ali jogado no chão muitos dias. de repente aprendi a chorar. aliviou. mas só um pouco. o peso no peito parece que vai me vencer. mas continuo vivo. e viver parece o pior de tudo.
cuidado crianças. pessoas frágeis, afastem-se do amor. nunca caiam na besteira de achar que podem participar desse grande movimento impunemente. você pode passar um ano, uma pessoa, uma paixão. mas um dia o taquaraço vem. e se é bem dado, como foi comigo. neguinho se desorienta. perde o rumo. vira andarilho, bebum, mata, morre.
ainda estou caído. ainda me dói respirar. nem sei quando vou aprender a ver o céu de novo. mas quem passar pelo meu caminho daqui pra frente, vai conhecer outra pessoa.
por enquanto estou concentrado em sobreviver.
caralho, como dói.
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