Disse o profeta:


A essência do Tai Chi, entendido como o princípio mais sutil do taoísmo, isto é, o wu-wei, a 'não ação'. É a aprendizagem do mover-se com o vento e a água, sem violência, não só nos exercícios, mas também no cotidiano.

do livro Expansão e Recolhimento

TAO TE CHING - CAP.II - Lao Tzu

Todas as distinções aparecem como opostos.
E os opostos nunca estão isolados.
Eles extraem seu significado um do outro.
Eles se complementam mutuamente.
A existência e a inexistência geram-se uma pela outra.
O difícil e o fácil complementam-se um ao outro.
O longo e o curto estabelecem-se um pelo outro.
O alto e o baixo inclinam-se um pelo outro.
O tom e o som são juntos um com o outro.
O antes e o depois seguem-se um pelo outro.
Assim também o Sábio:
Permanece na ação sem agir,
Ensina sem nada dizer.
A todos os seres que o procuram
Ele não se nega
Ele cria, e ainda assim nada tem.
Age e não guarda coisa alguma.
Realizando a obra,
Não se apega a ela.
E, justamente por não se apegar,
Não é abandonado.



Disse o profeta:

pq sempre procurar?

vc nao vai achar
nao vao achar vc
se o mesmo tentando muitas vezes
um probleminha vira um merdão

vc nao vai achar
mas ela sempre te encontra
no mesmo buraco... fundo.
doido, nunca calejado, sempre esperando...

vc nao vai achar
pq parece que vc repele
o estagio x ou y sempre é uma merda
como viver 50 anos com uma pessoa?

vc nunca vai achar
mesmo voando sem asas,
olhando o fim dos 97 segundos,
dizem q depois existe algo a mais,

vc nunca vai encontrar
pq ela nao quer vc
ele quer ver o vermelho
the hell

Lauro Kelevra

el amor en la era de acuario


Disse o profeta:

y sin embargo cuando duermo sin ti contigo sueño
y con todas se duermes a mi lado....
(sabina)

eu sou
um chato que adora beber e falar
e andar e beber e falar
e olhar bem dentro dos olhos e
andar e beber e falar

antes de morrer, aldous huxley recebeu de sua mulher e grande amor por toda uma vida,
uma última dose de LSD
e fez sua passagem multicoloridamente

assim queria eu

e beber e andar e falar
Disse o profeta:

Ele caminha na frente. Eu o sigo. Mais persigo. Seus sonhos e ideais. Talvez como um cachorro vadio que escolhe um dono, no meio da multidão. E assim reaparece em algumas esquinas. Depois pode sumir, sem qualquer explicação. Um vínculo secreto e sem tempo certo. Um jamais saberá o que quer o outro. Eu decerto não quero os sonhos dele. Um dia, uma chuva forte me varreu os medos e alguns poucos sonhos que restavam. Agora eu vago pela cidade. A cidade é o alimento preferido dos cães. O sonho será o preferido desse humano?
Mas não, esse não. Esse caminha altivo, quase como tivesse um balão atado à ponta do nariz. A lhe inflar a inconsciência da morte dos ideais. Do fim dos tempos e da história. Nosso tempo. Esse parece imune. Quase não sorri, está sempre a maquinar o próximo gesto. É, como quando se dizia: um homem de ação. E eu, cão vadio, deixo-me levar pelas nuvens. Pelos cheiros da cidade. Pela amoralidade de não pertencer a nada, senão: minha fome, minha sede, meu medo da dor e minha solidão sem medida.
Disse o profeta:

ela me fez pensar na anais nin. que fez contos eróticos lindos. que escrevia com um ritmo, uma pegada masculina. então fiz o desafio: escreve uma história, em primeira pessoa, como se tu fosses um homem. e saiu esse trabalho aí. eu gostei demais. me fez lembrar um pouco também o pedro juan gutiérrez e o calor cubano. misturando tesão ao desespero de sobreviver, como um homem de pau duro e barriga vazia. vamos ao conto da gabriela galvão. o blog dela tá aí do lado.

“Acordei no meio da noite e beijei aquela nuca marcada pelos biquínis –todos do mesmo modelo, a mãe diz q eh “aquele negocinho” -“Aquele negocinho” eh pq ela ouviu q uma das características dos bipolares eh ter vários itens d uma msma coisa. Fica “tirando sarro” dela e ela acha graça.-. Nenhuma reação. Mais beijos, “passada d barba” –ela diz “esfoliação”- e nd. Mais beijos e bronca! “Ñ precisa fazer nd, fica aih quietinha, fica.” Estava d bruços c/ o rosto para mim mas se virou p/ o lado oposto... O corpo inteiro. Aih pronto, facilitou o trabalho do papai aqui. Eu beijei e "esfoliei" o lado esquerdo inteiro daquele corpo. Cada milímetro daquela pele macia e cheirando um cheiro q parece feito pelo mais laborioso, sutil e refinado perfumista d algum interior d um lugar longe do litoral. Ela gemia bem baixo e d qd em qd se retorcia um pouco. Fui beijando e “esfoliando”-a da nuca ao dedão do peh. Então a virei. Ela estava c/ aquele olhar sério e penetrante q lhe eh tão peculiar e diz mtas coisas; inclusive q ela estah cheia d tesão. Nos demos um beijo destes q ateh estimulam a salivação. Ela parecia não querer q aquele beijo terminasse, mas eu tirei cada braço dela do meu pescoço olhando p/ aqueles olhos “mona-lisa” e continuei o q pretendia: lambi o dedão do peh direito ateh lado direito do pescoço dela. O meio estava reservado para as minhas mãos. Eu queria aquela buceta literalmente em minhas mãos. Mostrei um pouco o qt a quero, mas agora eh a minha vz. Não ia ceder, ñ? Eu t mostro o q posso fazer c/ vc. Eu dei uma palmadinha na bucetinha e ela: “Vem cah, vem.” “Psssiu. Fica aih quietinha, fica.” Pegava no grelo dela como quem fuma um cigarro e apertava os lados, fazia uma pressãozinha, espalmava a mão e passava por toda ela, fazia “bilubilubilu” c/ o dedo do meio no grelo, pegava os dois lados e massageava o meio, amassava ela todinha... Ateh q vi o q eu queria ver: ela tremer, esticar td o corpo e jorrar gozo por todos os póros. Peguei meu pau e fiquei esfregando ali, mas soh por um instante. Em seguida eu meti bem fundo, fiz movimentos rápidos e fortes e gozei muito –e rápido- naquela buceta deliciosa. Ela então me disse: “Ah, eh? Agora eh a minha vz, mas eu vou fazer o contrário: vou massagear a parte d trás do seu corpo inteira e no meio, eu vou usar apenas a minha boca.”
Disse o profeta:

é engraçado que aos 39 anos eu tenha finalmente sido transformado num "coroa".
mas como diz o belchior, o novo sempre vem.

sobre a história da grana, esses poucos honestos que ganham dinheiro são como a cenoura que faz o burro andar. nós outros, estúpidos proletariados, somos quem aciona a pedra de afiar aonde a burguesia apronta a faca, pra nos furar o bucho e dar de comer aos seus vícios e deleites.

é como a história da mega sena. iludidos pela chance de abandonar a dureza da vida, milhões enchem a burra do governo, que devolve um por cento do prêmio, de novo a cenoura, a um feliz vitorioso. e torra o resto em sua farra corrupta e burocrática.

mas tem o seguinte:

os pobres não querem acabar com a pobreza. querem é ficar ricos.
e pra haver alguém rico, alguém que acumule, é preciso sempre que hajam muitos outros pobres trabalhando para e por ele. aquela velha mentira linda do marx, a tal mais valia.

ou ainda:

quem gosta de pobreza é intelectual. pobre gosta de luxo. essa do sábio joãosinho trinta. essa frase me faz pensar no sucesso das novelas da globo. ou aquele programa imbecil de sábado à tarde que a tal angélica faz, mostrando a vida milionária dos globais. tudo é lindo. comida linda, casas lindas, pessoas lindas. alento pra massa rude e ignara.
Disse o profeta:

Carta de Artaud a Anais Nin
( junho de 1933 )

Levei bastante gente, homens e mulheres. Para ver aquela tela maravilhosa, mas foi a primeira vez que eu vi uma emoção artística tocar um ser e fazê-la palpitar com amor. Os seus sentidos estremeceram e eu dei conta de em que você o corpo e o espírito estão formidavelmente ligados, a ponto de uma pura impressão espiritual fazer detonar em seu organismo uma tormenta tão poderosa. Mas nesse casamento insólito é o espírito que predomina sobre o corpo e que terminará por dominar tudo. Sinto em você um mundo de coisas que pedem para nascer se encontrarem , o exorcista adequado.Você própria não tem plena consciência mas você invoca essas coisas com todo seu espírito e sobretudo os seus sentidos, seus sentidos de mulher que, em você, são também os sentidos do espírito .Sendo o que você é devia compreender a grande alegria dolorosa e mesmo a estupefação que experimento por tê-la encontrado assim: de um único golpe vejo... hermeticamente preenchida a minha solidão sentimental infinita, e preenchida de uma maneira que me perturba, o destino me trouxe desesperar de possuir; e como tudo o que o destino traz, tudo o que é inelutável e resolvido pelos céus. Isso me vem contra todos, sem nenhuma hesitação, espontaneamente, de repente, sem medo, lindo de meter medo! Posso acreditar que os mistérios são coisas deste mundo, pois eu e você somos deste mundo, nosso encontro é perfeito demais e me deixa estupefacto por uma espécie de dor. Além disso, há o fato de que meu espírito, minha vida é uma série de iluminações de eclipses e esses eclipses que acontecem em mim, acontecem também em torno de mim, em tudo aquilo que eu toco e não quero ser para quem se aproxima de mim, uma decepção. Você já teve ocasião de ver: em certos pontos tenho intuições, revelações fulgurantes e em outras não sou mais que trevas e idiotices, as coisas mais simples me escapam e torna-se preciso uma compreensão de rara sutileza para admitir, para aceitar essa mistura, uma vez que essas trevas afetam os sentimentos que tosos têm o direito de esperar de mim. Muitas coisas nos aproximam terrivelmente, mas, sobretudo uma delas: nosso silêncio. Você tem um silêncio veemente onde se pode dizer que se sente passar as essências, eu o sinto estranhamente vivo. Como um alçapão aberto sobre o abismo, onde se pode sentir o murmúrio silencioso e secreto da terra. Não há nada de poesia inútil e fabricada em tudo isto que te digo você bem sabe disso. Quero traduzir expressões fortes, impressões reais que tive a respeito de coisas que não se fala habitualmente. Na plataforma da estação, quando eu te disse: somos como duas almas perdidas nos espaços infinitos, senti passar o silêncio móvel que me faltava e que teria sido capaz de me fazer sangrar de alegria. Você me põe face a face comigo e eu sinto que posso não me envergonhar, quero você de abraços violentos, quero entrar em você, repousar em você e que sintamos juntos aquela vibração plena, você e eu aquela vibração que faz brotar à luz do dia as coisas do espírito. Só com você pode um abraço não se inútil, colocando em contato magnetismos contrários e que, aliando-se, a estabeleceria um ciclo perfeito. Já que você habita o mesmo domínio, podia muito bem me dar o que me falta, ser meu complemento. Se nossos espíritos amam as mesmas imagens, desejam as mesmas formas, s mesma aparições fisicamente, organicamente, você é o calor enquanto eu sou o frio, a coisa ondulante, macia, voluptuosa, acariciante, enquanto eu sou o duro sílex, a vegetação calcinada e fóssil, a obsidiana, o duro mineral. Uma necessidade violenta e que é maior que você e eu, empurrou você pra mim, você compreendeu isso imediatamente, você percebeu as formidáveis semelhanças e o bem que poderia me fazer e que está destinada a me fazer mas como eu por momentos, fico cego, tenho medo que o destino a deixe cega também, que você perca bruscamente o contato com todas as descobertas, com essa vida que me deve maravilhar, tenho medo, pra dizer tudo, que o teu corpo, de repente, a domine e que você não me reconheça mais o que, então, num desses períodos em que eu a perca inteiramente.alguma coisa de maravilhoso acaba de começar e isso pode preencher toda a vida, e lhe digo isso com toda a sinceridade de minha alma, toda a serenidade e toda a gravidade de que sou capaz, depois de oito dias. Amanhã fará oito dias que senti minha vida radicalmente transformada e ontem foi a consagração material dessa transformação radical. Me escreva, me escreva uma carta humana, completa, dizendo qual o preço que você cobra pela nossa união e as razões que te levam a dizer que você desconfia de mim em certo plano. Quando te peço que me explicite o preço de nossa união quero é leva-la a fazer brotar diante mim imagens em que se sinta a nossa própria vida.Desde ontem sinto o gosto de uma boca de mulher que me persegue, mas como uma idéia, como uma essência.Esse gosto não é coisa de corpo, ele me desnuda o sentido mesmo de uma alma, ele me ensina muitas coisas sobre toda uma vi9da secreta que sem ele eu nunca conheceria. Tenho nome que minha mãe me deu quando eu tinha quatro anos e que meus íntimos usam comigo: Nanaqui. Ele me descreve na minha inocência e no mais puro de minha vida.

Nanaqui.

Antonin Artaud