Disse o profeta:
Não é que eu não esteja feliz com meu novo amor. Que é uma pessoa tão doce e inteligente e dedicada. Mas vira e mexe me volta o gosto da maldita. E por não ter absolutamente nenhuma notícia dela, fico fantasiando palavras, encontros, sinto saudade dos dias cheios que ela, afinal, me deu.
E estou lendo esse livro do Nabokov, e não, não é o Lolita. Chama-se Pnin. E eis a passagem que me fez lembrar dela...
"Foi levá-la ao ônibus e voltou a pé através do parque. Bastaria ficar com ela, guardá-la - como ela era - com sua crueldade, a sua vulgaridade, os seus deslumbrantes olhos azuis, a sua miserável poesia, os seus pés grossos, e a sua alma impura, seca, sórdida e infantil. E de repente ele pensou: "Se as pessoas se reencotram no céu (não acredito nisso, mas vamos supor) como poderei impedir de rastejar por mim, sobre mim, a alma murcha, indefesa e trôpega dela? Mas esta é a terra, eu estou curiosamente vivo e há alguma coisa em mim e na vida..."
Por enquanto é isso. E como será que está esse tal de mundo que fica fora de mim?
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